Foto: Renato Spencer
Para contrastar com a atmosfera estética reinante até então, a quarta peça do programa, Cinco miniaturas brasileiras, promoveu um retorno ao "ouvido tradicional", como é da linha de pensamento musical do autor, o mineiro radicado em São Paulo Edmundo Villani-Cortes. Por conta disso, o Baião - último movimento das miniaturas - recebeu os aplausos mais calorosos da noite.
Por fim, o Trio Puelli presenteou o público da Mimo com uma importante partitura de um pernambucano, Marlos Nobre (O acorde invísivel, do carioca Edson Zampronha, apesar de inicialmente prevista para encerrar o recital, não foi tocada), cujo Trio, op. 4 (1960) sintetizou a amplitude do concerto em seus três movimentos, reproduzindo a transição da dissonância ao melodismo, à harmonia e à rítmica, e do difuso ao lírico.
Foi a segunda vez que o Trio de Marlos Nobre - que ganhou o concurso Música e músicos do Brasil, promovido pela Rádio MEC em 1960, e deixou um trio de Guerra-Peixe em segundo lugar - teve execução em Pernambuco. A primeira aconteceu no Virtuosi 2007, a cargo do Trio de Brasília.
Entre as pessoas que assistiam ao recital e elogiaram bastante o Trio Puelli está D. Maria Augusta Maia da Silva, violinista fundadora da Sinfônica da Paraíba e residente no Recife desde os anos 60, que vem de táxi sozinha para todos os concertos de música clássica da Mostra. D. Augusta ressaltou a dificuldade das peças e o entrosamento das instrumentistas.
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