segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Eu estou na MIMO

Foto: Facebook
O compositor e contrabaixista Paulo Arruda está participando como ouvinte do Curso de Regência da MIMO 2012, com o maestro Isaac Karabtchevsky. Ele resume o que achou do primeiro dia de aulas no Teatro de Santa Isabel, exclusivamente para o Blog da MIMO:

"Pela primeira vez estou fazendo o curso com o professor Karabtchevsky e neste primeiro dia pude perceber a importância deste tipo de trabalho. É uma oportunidade sem medida a de estar à frente de uma grande orquestra como a de Barra Mansa, e ao mesmo tempo recebendo as valiosas observações de um grande maestro que é ele. Cada aluno teve treze minutos à frente da orquestra. Pouco tempo, mas, para alguns, um momento raro e que deve ser aproveitado intensamente. Durante as execuções, o maestro observa os problemas de cada executante, e apontava soluções sobre determinado trecho. Eu pensava também que o curso era apenas para regentes já avançados em técnica, mas, com bastante humildade, o professor ensinava os gestos básicos aos iniciantes e também discutia sobre os aspectos psicológicos que envolvem o trabalho entre regente e orquestra. Espero aproveitar ao máximo o curso, aprimorar a técnica, e - quem sabe no próximo ano - tentar uma vaga como executante".

358 dias esperando por 7


Quero ver o carnaval tomar conta novamente de Olinda. Sim sim, a MIMO foi chegando tímida mas hoje já é considerada o segundo carnaval no calendário da cidade alta; o sobe e desce das ladeiras, as bandas de rua, os simpáticos visitantes e aqueles que ano após ano vêm prestigiar o evento rigorosamente fazem todos parte de uma grande festa de ritmos que com toda propriedade acontece na cidade trazendo seus delicados e inebriantes concertos. As ruas se transformam e tudo que acontece durante esses sete dias de festival ganha uma atmosfera diferente, mágica e de grande excitação. Certamente não será diferente nesta edição. Tomara que não! Quero deixar me levar pela singularidade deste carnaval fora de época que assim como o principal, arrasta multidões e passa deixando alegria, música boa e muita, muita nostalgia; fazendo-nos contar os dias até chegar o próximo.

Cinco sentidos na MIMO

O que eu quero da MIMO 2012 é poder aguçar os sentidos. Quero ouvir o preciosismo doloroso de Arnaldo Baptista no Teatro de Santa Isabel, deixar meu corpo se entregar ao groove da Paraphernália, no Seminário de Olinda, perceber cada instrumento na acústica das igrejas seculares, onde serão conferidos sons como o jazz do cubano Chucho Valdés. Quero sentir o cheiro da grama do Seminário, enquanto confiro os curtas da Mostra de Cinema. Ou o vento frio do Alto da Sé, na apresentação de longas como o premiado Brasil somos nós, dirigido sob o olhar espanhol de Robert Bellsolà. Quero jantar uma tapioca ou um acarajé, enquanto observo no mirante uma das mais belas vistas de Pernambuco. Também gostaria de tomar vinho ouvindo a Orquestra Contemporânea de Olinda executar seu mais recente e bonito disco. Mas, acima de tudo, creio que eu queira ver e sentir a gente que vai para a mostra. Queria notar, entre as caras ao meu redor, menos conhecidos e mais estranhos encantados. Gente nova na festa, descobrindo a maravilha desse evento gratuito, cultura de alto nível pra todas as classes. Apurar o tato.