terça-feira, 7 de setembro de 2010

Durante os intervalos da MIMO, ateliês da Cidade Alta abrem as portas aos visitantes


Nos ateliês, divulgação da Arte fica em primeiro plano
(Imagens do Espaço Cultural Phenix - Vídeo produzido pelo Blog da MIMO)

Alma artística de Olinda

Não existe quem não se encante com o sítio histórico. E possivelmente a Cidade Alta não seria o que é sem seus inúmeros ateliês, seja no Amparo, no Carmo, em Guadalupe ou no Varadouro. Tudo é arte, daquelas do tipo acessível, que não precisa de licença para sentir.

O Espaço Cultural Phenix de Olinda, comandado pela designer e artista plástica Simone Simonek é um desse ambientes de promoção e divulgação de arte espalhadas pelas ladeiras olindenses. Tanto nele quanto em tantos outros espaços, o que é mais interessante é perceber que o lado comercial desses locais fica, definitivamente, em segundo plano. O convite ao diálogo, à troca de idéias e comentários sobre o que quer que seja, sempre é bem vindo. Faz bem para o artesanato, é bom para Arte, e encantam os mais desavisados.

Feirinha de artesanato da Ribeira atrai participantes da MIMO


Confira preços das peças; máscaras vão de R$ 8 a R$ 60
(Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Ribeira, a ´Casa da Cultura´ de Olinda

Há 15 anos a artesã de nome meio italiano meio olindense, Odinivalda Chiarelli, oferece arte para turistas locais e extrangeiros. Dona da banca de codinome "Julião das Máscaras" (antigo proprietário e reconhecido artesão), ela tem as atividades bem delimitadas. "Eu mesmo fico com a talha e a pintura, meu marido, Zezinho, é que produz de fato as máscaras, que são nosso carro-chefe", informa sorridente a mais simpática de todas as artesãs do Mercado da Ribeira, localizado na Cidade Alta de Olinda.

Orquestra Contemporânea de Olinda em show apoteótico no Carmo

Foto: Renato Spencer/Usefoto (Canon EOS REBEL T2i)

Novo baile das Olindas

Foram muitos solos, vários instrumentos, movimentos que não paravam, e um convidado ilustre, o multi-instrumentista Carlos Malta. A vasta tradição das orquestras do Brasil passa agora a tomar corpo nesse novo formato de arranjos coletivos de metais e percussão.

A apresentação da Orquestra Contemporânea de Olinda (OCO), nesta segunda (6), na Praça do Carmo, na Cidade Alta, representou um verdadeiro show-baile que envolveu de fato muita gente. Foi do jeito que Gilú (idealizador da banda) gosta. Dez músicos em conjunto com uma platéia de milhares de outros componentes.

A galera do sopro do Grêmio Henrique Dias foi responsável por uma verdadeira reinvenção da mescla. Foi na mistura do jazz, ska, samba, da música jamaicana e do afrobeat, que os ritmos mais regionalizados se universalizaram e contagiaram uma multidão atenta ao novo. Nenhum outro grupo representa hoje algo tão contemporaneamente legítimo quanto a OCO. Nada melhor que o palco da MIMO para essa reverência à Música promovida pelos filhos dessas Olindas multifacetadas.


Turistas vivem uma "quase lua de mel" em Olinda e aproveitam a MIMO para esquentar o clima


Casal de Volta Renda em busca de definição no relacionamento
(Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

"Essa é minha quase noiva e quase esposa", diz turista fluminense

As promessas sempre foram muitas, e parecia que com a viagem programada para Olinda a coisa iria mudar. Mas pelo visto a situação conjugal do casal de Volta Redonda, localizada a 130 km do Rio, tem tudo para continuar na indefinição. "Ele me prometeu uma lua de mel. Só que até agora só tô vendo mesmo a lua, o mel que é bom... nada!", fala graciosamente Sidnéia Alves, 30.

"Quase noiva e quase casada há mais de 5 anos" com o técnico naval Rafael Augustra, 25 (que está prestes a trabalhar para um das empresas que compõe a cadeia de fornecedores do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape), eles já decidiram esticar sua estadia na Cidade Alta, em função da programação da MIMO. "Nós não esperávamos encontrar a mostra, mas que bom que está acontecendo, vamos aproveitar e ficaremos até o próximo domingo", afirma Sidnéia, já em busca de vivenciar uma verdadeira e merecida lua de mel, adiada há um bom tempo, mas desejada desde sempre.

Visitantes da MIMO sentem falta das tapioqueiras da Sé


Tapioqueira prepara o quitute (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Olinda sem tampioca, um sacrilégio

Uma Sé branca e esvaziada. Mesmo com a reforma dada quase por concluída, não foi possível instalar os novos espaços reservados às mestres da culinária regional da Cidade Alta. As tapioqueiras, deslocadas do seu reduto habitual, tiveram que preparar seus quitutes em plena Praça do Carmo, improvisada. Se para uns a comodidade veio em boa hora, para tantos outros a imagem panorâmica do Recife, observada no topo da Sé já não tem o mesmo brilho. Falta o acompanhamento. Talvez da tapioca doce, talvez do acarajé com tempero pernambucano.

Mas nem só de Sé vivem as belas paisagens do casaril olindense. A tapioqueira Severina Batista, mestre da mandioca há 3 anos, foi a única a se instalar em plena sacada do Mercado da Ribeira. Aproveitando os visitantes do Festival Mimo de Cinema, a simpática Severina não parou um minuto só. "O povo de fora ama a de coco, é a que mais sai; e a novidade desse ano é a de presunto, que o pessoal tá conhecendo agora", afirma. Também não podia ser diferente. Em plena MIMO, do topo da Ribeira, um preço mais que acessível (R$ 2) para uma tapioca daquelas do tipo Sé, recheada de vista panorâmica. O deleite realmente é assegurado!

O que você achou?

Mariléa Gomes, do Conservatório Pernambucano de Música, falou para o Blog da Mimo sobre sua participação no Curso de regência como ouvinte:

Foi muito bom participar do Curso de Regência da Mimo pela quarta vez como ouvinte.

O maestro Isaac Karabtchevsky consegui transmitir muito bem as técnicas de regência com uma tranqüilidade e clareza que até para os ouvintes fica muito fácil entender. A cada explicação ou correção dos maestros que executavam as peças ganhávamos em conhecimento e experiência musical.

Foram seis dias de muito trabalho tanto para a orquestra como para os regentes participantes que a cada dia de estudo melhoravam cada vez mais as suas qualidades técnicas. A cada explicação de Isaac todos ficavam em silêncio e concentração para conseguir absolver o máximo dos seus conhecimentos.

O repertório escolhido foi bom, mas eu sentir falta de uma abertura e também de uma música brasileira. Porém, este fato não tirou o mérito do curso e com certeza no próximo ano estarei no curso aprendendo mais com esse grande maestro e músico Isaac Karabtchevsky.

Mistério bachiano

Envolta em uma nuvem de mistério, A Arte da Fuga, de Johann Sebastian Bach, desperta curiosidade dos estudiosos e amantes da música erudita desde a sua criação. Com uma sequência inacabada de 14 fugas e 4 cânones, muitas questões são levantadas a respeito da composição. Para qual instrumento teria sido composta a obra? Alguns acreditam que seria para teclado (órgão e cravo eram os preferidos de Bach). Seria a soma das letras que formam o nome do compositor, segunda a notação alemã, uma referência exata à quantidade de fugas da peça (B+A+C+H = 2+1+3+8 = 14), ou mera coincidência? Estes questionamentos não têm resposta definitiva, mas uma coisa é certa: A Arte da Fuga é, sem dúvida, uma das maiores e mais complexas composições da música clássica ocidental e aponta para uma culminância do estilo polifônico na obra do compositor alemão.

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Ana Cecília Tavares e Marcelo Fagerlande se apresentam hoje, às 18:00, na Igreja da Misericórdia, em Olinda.

Bernardo Vieira de Melo declarou independência republicana muito antes de Deodoro, lá em 1710

Ruínas do que sobrou da Câmara de Vereadores de Olinda, simbolizada pela estrela (em frente ao Mercado da Ribeira)
"Aqui em 10 de novembro de 1710 Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da fundação da república entre nós"
(Foto: Davi Lira / Blog da Mimo)

Olinda, República da Música

No século 17, Olinda era outra. A cidade era o centro de Pernambuco, e com a voz altiva e imponente que sempre lhe foi peculiar, resolve se debelar contra a Coroa Portuguesa. Na figura do sargento-mor e vereador, Bernardo Vieira de Melo, (conhecido nome de inúmeras ruas e avenidas do Estado) inicia-se o primeiro movimento pela independência do Brasil.

Isso. A historicamente conhecida proclamação da Independência (1822) em 7 de setembro e a da República (1889) em 11 de novembro é bem posterior ao grito lançado pelos senhores de engenho de então em 10 de novembro de 1710, data considerada até hoje feriado local em Olinda.

Mesmo não sendo aprovada pela Câmera de Vereadores (hoje em ruínas, diante do Mercado de Ribeira, foto acima), o fato é que da lembrança dos pernambucanos esse levante jamais pode ser esquecido. Até porque vai ser difícil mesmo. Toda a movimentação conseguiu ser resumida através da letra do Hino do Estado.

Se não se lembra, o Blog da Mimo reproduz o trecho aqui:

A República é filha de Olinda / Áurea estrela que fulge e não finda / De esplendor com os seus raios de luz. / Liberdade um teu filho proclama!

» E ninguém melhor que Alceu Valença para cantar o Hino da Independência Pernambucana:

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Homenagem Póstuma


O concerto apresentado pelo conjunto de trombones ontem na Igreja do Monte poderia ter soado como algo melancólico, já que o seu fundador Radegunds Feitosa faleceu há cerca de 3 meses no interior da Paraíba. Mas ao invés disso, pudemos apreciar um conjunto de 14 trombones tocando com vigor e entusiasmo músicas que foram da renascença ao romântico, passando depois para o contemporâneo, fundindo o erudito com o popular. Destaque para a execução de Se Eu Quiser Falar Com Deus de Gilberto Gil que emocionou o público com seu lirismo. Ao fnal do show ainda deu tempo do Bis com Odeon e Que nem Jiló.

VÍDEO: "Teatro dos Vampiros" (completa) por Dado Villa-Lobos no Seminário de Olinda


Dado: ame-o ou o considere, ao menos (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

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Apoteose Improvisativa

21h30 – Mike Stern Trio | Praça do Carmo (Olinda)

Detentor de uma sólida formação musical, Mike Stern é considerado um dos mais importantes guitarristas do jazz contemporâneo. Foi pupilo de Pat Metheny na famosa “Berklee College of Music”, colaborou com o lendário Miles Davis em seu retorno aos palcos e participou da conceituada banda “Word of Mouth” comandada pelo baixista Jaco Pastorius. Sua música leva o ouvinte a várias paisagens sonoras, num leque de estilos amalgamados pela improvisação individual dos músicos. Seu fraseado é ouvido e milimetricamente estudado por instrumentistas ao redor do mundo. O resultado é um caleidoscópio musical extremamente bem construído. No show de encerramento da MIMO 2010, o guitarrista vem acompanhado por Tom Kennedy (baixo) e Obed Calvaire (bateria). Imperdível!

Rapsódia brasileira

Escrever sobre música é uma tarefa difícil. Ela fala por si mesma e as palavras não conseguem abarcar a grandeza de sua presença. O texto busca, ao menos, fornecer um relato aproximado de seu acontecimento, um vislumbre de seu brilho. Nesse sentido, o escritor é um ingênuo que se vê obrigado a se dedicar inteiramente ao ofício do delinear. E o faz sem temer...

Como era de se esperar, o concerto do compositor residente da MIMO 2010 foi de parar o tempo. Na abertura, Tiso mais o quarteto de cellos Brasil Ensemble executaram uma das mais sublimes composições de Tom Jobim, Luíza, conferindo-lhe um ar camerístico. Em Embolada e Prelúdio, os músicos exploraram as nuances contrapontísticas do Villa-Lobos numa interpretação que transbordava sentimento. Brasileirinho ganhou um tratamento interessante, numa inusitada mistura de ragtime e choro.

Para o momento mais improvisativo da noite, o pianista convidou o guitarrista Victor Biglione e o violoncelista Márcio Malard. Aquarela do Brasil de Ary Barroso foi revisitada numa interpretação que primou pela riqueza de dinâmicas e pelo fraseado alucinado de Biglione que esbanjava domínio técnico do instrumento. Já no standard Autumn Leaves, Tiso e Victor se refestelaram em seu famoso ciclo de quintas numa interação telepática.

Por fim, o pianista mostrou ao público pernambucano sua vertente composicional sinfônica. Junto com a excelente Orquestra MIMO regida por Guilherme Bernstein, Tiso executou sua suíte em cinco movimentos Cenas Brasileiras. Indo das mais abstratas harmonizações e fragmentados compassos ao frevo mais rasgado, a música do pianista exalou uma brasilidade inebriante, sem espaço para esteriótipos.

Uma noite memorável onde a música divagou sobre si mesma absoluta e altiva.

O Pasto Incendiado

Foto: Tiago Calazans

O compositor Danial Guanais, que teve sua Primeira Sinfonia executada pela Sinfônica da UFRN no último sábado, durante a MIMO 2010, gentilmente enviou todos os textos utilizados na obra: os do livro apócrifo de Adão e Eva e os poemas selecionados de Ariano Suassuna. Escolhemos um dos poemas do escritor paraibano especialmente pra você.

***

O castigo do Corpo e seu mistério,
o queixume do sangue e seu Fascínio.
Que sentido há na Carne rebelada,
que Nobreza de sangue e Confusão?


Os Arcanjos alados, que esvoaçam
seu silêncio de Brasa e sua espada,
choram talvez, na Sede apaziguada,
a ausência de meu Corpo enfurecido:
pois a Carne contém culpas Sagradas,
ecos de amor, de Sono e algum olvido,
e guarda, sob a Relva e o monte fulvo,
o desejo do Tempo e o Odor da morte.


mas não procures nela o que não tem.
Ali só há Colina e sangue espesso,
palpitação do Pássaro, agonia
o desejo do Tempo, o Sol sem preço,
a Relva que no Dardo se incendeia, [e a relva que no Fruto se incendeia]
o sonho que é do Fim e do Começo.


As águas não habitam nenhum ventre:
sangue possuído, ou sangue derramado
e tenha embora as Margens e o murmúrio,
não procures as águas noutro Sangue.
Sejas mulher, ou guardador de cabras,
o Ventre aberto, e o sangue descerrado
devolverão na treva o teu Gemido
e o Negro Gavião da soledade
é tudo o que no Ventre hás de alcançar.

O Pasto Incendiado, de A Fêmea e o Macho (Terceira parte do poema O Cego e o Mundo)

Ariano Suassuna

Cartas íntimas

Foto: retirado da Internet

Se considerarmos a importância da fonte inspiradora na criação de uma obra-prima, o grande quarteto de cordas apresentado pelo Hugo Wolf Quartett ontem, no Mosteiro de São Bento, não foi o 14° de Mozart ou o 7° de Beethoven, mas o n° 2 do tcheco Leoš Janáček.

Luminoso e transfigurador em todos os seus quatro movimentos, onde se destaca por diversas vezes o amplo uso de harmônicos em passagens de arcadas rápidas e as partes da viola no primeiro movimento, o quarteto de Janáček foi intitulado por ele mesmo de Cartas íntimas em razão da mensagem de amor intenso e até transcendental (pois nunca se concretizou carnalmente) à jovem Kamila Stösslová.

Tornou-se conhecida a relação platônica entre Janáček e Stösslová, sobretudo, porque tenha sido um caso único na História da Música onde uma mulher inspirou tão profundamente um músico ainda sem reconhecimento que o motivou a produzir obras que o transformaram em um aclamado nome quando ele já estava na terceira idade.

Ambos, casados, conheceram-se em 1917 e relacionaram-se através de uma longa troca de cartas até a morte do compositor, em 1928. E o Quarteto n° 2 não foi a única obra que nasceu das centelhas de amor de Janáček. Stösslová rendeu também a criação da ópera O diário de alguém que desapareceu, da Missa Glagolítica e da Sinfonieta.
Foto: André Sampaio

Merece um elogio a parte no concerto a explicação preliminar dada pelo violoncelista Florian Berner, que surpreendeu os ouvintes com um português muito claro.

Quintal olindense é ladeira, música é alimento


Som da ladeira é assobio da noite (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Olinda, única

Da bruma leve chega o vento
Acompanhado do sopro da Música
Radiante como o varar do Sol
Refletindo na ladeira do quintal


Irmãs Beneditinas

Foto: Tiago Calazans

Ontem no concerto do Paraibones, as duas primeiras filas de bancos do lado esquerdo da Igreja [de Nossa Senhora] do Monte estavam ocupadas pelas atentas anfitriãs do local: as Irmãs Beneditinas. Muito sorridentes, embora algumas fossem reservadas, elas ocupam a comunidade monástica ligada à igreja desde 1963, quando sete monjas da igreja de Nossa Senhora das Graças, de Belo Horizonte, vieram para a do Monte, fundada em 1535 e reformada em 2004-2005. Após o concerto, Irmã Verônica - superiora da comunidade - explicou que nem todas as irmãs estavam presentes: três das 22 encontram-se de licença por motivos particulares, mas as demais assistiram à apresentação.

 Foto: Rafael Andrade

Em Olinda, tanto quanto a Arte, Música está em toda parte


Jovens da Banda Disco de Vitrola soltam um som no Carmo
(Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Ladeiras cantantes

A Cidade Alta se ferve de cultura. A música acaba surgindo assim, do nada, faz parte da alma pernambucana. A cada geração, uma nova forma de se fazer e viver a música. Da Olinda dos grêmios, surge a cada santo dia, uma nova trupe, um novo conjunto, uma nova banda. Nada melhor então, que uma MIMO, para turbinar essa efervescência.

Imperdível: Oficina do Sabor a preços convidativos nesta terça, último dia da MIMO 2010


Conheça o ambiente e o assistente do Chef (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Restaurante completa 18 anos de Olinda

Não é propaganda enganosa. O cardápio da oficina do chef César Santos realmente está convidando os visitantes da MIMO 2010 para uma imersão total na cozinha regional contemporânea deste que é o restaurante mais condecorado da Cidade Alta. E como por trás de um grande chefe, existe um grande assistente, a equipe do Blog da Mimo adentrou no espaço exclusivo do local, juntamente com o auxiliar braço-direito de César, há mais de 9 anos, Sebastião Vicente, em busca desse tão propalado convite ao deleite.

É que, acompanhando a programação e o fluxo intenso de visitantes para os concertos e mostras de cinema da MIMO, a Oficina do Sabor resolveu implantar o menu individual temático para o festival, a R$ 48, incluindo entrada, principal e sobremesa.

Confira o menu
ENTRADA Queijo coalho Mara-Manga
(queijo assado em cubos ao molho de maracujá e manga)
PRINCIPAL Frango no Quiabo
(frango em cubos refogados com alho, cebola e quiabo)
SOBREMESA Goiaba recheada
(goiaba mergulhada no vinho tinto e recheada com creme de queijo e sorvete de baunilha)

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Cabeludo Patriota

Considerado a espinha dorsal do grupo "Os mutantes", Arnaldo Baptista é um dos artistas mais sinceros e intensos que a música brasileira já teve. Trasitando entre o céu e o inferno durante toda sua trajestória artística, Arnaldo ficou conhecido também pelo seu romance conturbado com a até então parceira de banda Rita Lee.

Após a saída dos Mutantes por divergências e problemas pessoais, o músico mergulha em um inferno astral, colaborado também pelo fim do casamento com Rita Lee. Apesar disso Arnaldo aposta na carreira solo e lança aquele que seria considerado um dos discos mais verdadeiros da história da música brasileira: o Lóki, que foi totalmente gravado sem nenhuma repetição durante a execução em estúdio, evidenciando toda amargura e melancolia que estava vivendo.

Além da carreira solo, o mutante também integrou a banda de Rock Patrulha do Espaço, gravando apenas dois discos, já que no início dos anos 80 os problemas com drogas já tinham ultrapassado limtes culminando na tentativa de suicídio que o deixou em coma, retomando assim sua vida normal tempos depois.

Sempre muito competente e transparente, Arnaldo foi um artista que mergulhou de cabeça em tudo que fez sendo reverenciado até hoje no Brasil e no mundo pelas suas obras e pela sua história. O documentário sobre a vida do músico é um relato emocionante e visceral jamais vista, arrancando lágrimas e aplausos por onde passa.

"Arnaldo Baptista foi o músico mais importante que o rock brasileiro já teve" (Rogério Duprat)




Festival MIMO de Filmes
Filme: Lóki
Data: 07/09
Local: Mercado da Ribeira
Horário: 17:30

Tom Zé apoteótico


Uma explosão de energia e vitalidade. Foi o que o Tom Zé demonstrou mas uma vez em sua apresentação na MIMO nesse últmo domingo. Sempre interagindo com o público entre uma canção e outra, o músico esbanjou simpatia e felicidade ao dizer que estava em Olinda e que adorava a cidade. O que não faltaram foram histórias inusitadas que davam o mote para a próxima música. Canções como Augusta, Consolação, 2001, Menina amanhã de manhã, e claro, a tão sempre bem-vinda politicar contagiaram o público que não queria saber de ir embora após fim do show.

De fato, Tom Zé não poderia se encaixar em nenhum estilo musical, sua obra está muito acima do que qualquer rótulo, não há limitações para o que compõe e muito menos para sua performance em palco. Sempre original e criatvo, o músico só reafirmou mais uma vez sua genialidade por ser um artista tão completo e multifacetado.

Amargo que nem jiló

Foto: divulgação

O Paraibones ontem homenageou Radegundis Feitosa com diversas músicas que o trombonista havia regido ou tocado em seus 48 anos de vida, até o acidente de carro fatal que o vitimou junto com outros três músicos em julho último no interior da Paraíba.

Saudade do aconchego, de Nando Cordel e Dominguinhos, foi escolhida especialmente para a homenagem porque foi uma das músicas para as quais Radegundis pediu a Maestro Duda (compositor residente da MIMO 2008) que fizesse um arranjo incluindo um solo.

No entanto, o Paraibones não quis deixar que o público saísse com aquela ponta de tristeza - que não condizia com alguém apelidado carinhosamente por alguns de Risadinha - e então apresentaram no segundo bis Que nem jiló, um dos maiores sucessos de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Em poucos segundos, você pode compreender nesse vídeo porque o virtuose paraibano foi tão admirado por alunos e amigos.

Toda a delicadeza da harpa de Cristina Braga no Seminário de Olinda


Momento sem Dado Villa Lobos (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Antes da apresentação, já se prenunciava que o encontro seria inusitado. Harpa e guitarra juntas numa mesma Igreja, em pleno domingo (5). Da parceria (que não é tão novidade assim), a mistura do samba e da bossa nova com o rock. No palco, a primeira Harpista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio e o ex-Legião Urbana. Fãs enchem o santuário e o pátio se empolga com os hits de Renato Russo. Pena a inconveniência da acústica. Mas o manto preto que recobria todos os integrantes do conjunto deram o tom neutralidade da dupla. No entanto, muitos sentiram falta de algo mais (...), talvez alguma imagem no santuário vazio, emoldurado de madeira e fixado sem revestimento. Faltou aderência, sobrou charme e glamour estilizante.

Plateia estava em busca da Legião Urbana (Foto: Davi Lira / Do Blog da Mimo)

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Fotos do penúltimo dia da MIMO 2010


Foto: Beto Figueiroa/UseFoto
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Vídeo e imagem da Festa da Mimo realizada neste domingo


Som e imagens ao fundo (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Festa do off

Finalmente alguma imagem e um pequeno vídeo da tão comentada Festa da MIMO, realizada neste domingo (5), no Mercado da Ribeira, em Olinda. No local estavam reunidos produtores, realizadores, jornalistas, músicos, artistas, cineastas e estudantes de comunicação.

(Foto: Davi Lira / Da equipe do Blog da Mimo)
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Ribeira recebe palestra e outros dois documentários no último dia de Festival

(Foto: Davi Lira / Da equipe do Blog da Mimo)

Para os que ainda não conhecem o famoso Mercado da Ribeira ou simplesmente para os que estão interessados na programação do último dia de Festival Mimo de Cinema é bom ficar atento à palestra que vai ocorrer às 15h, sobre produção musical para Cinema no Nordeste, com Fred Zero Quatro, Marcelo Gomes e Renato L, e aos documentários que vão tá rolando às 17h30 (Loki - Arnaldo Batista) e outro sobre os Mamonas Assassinas, às 20h.

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Excelentes crepes na Cidade Alta

Quem entra na Cidade Alta pela praça do Carmo com a intenção de seguir até os Quatro Cantos, invariavelmente passa pela praça Conselheiro João Alfredo, em frente da Igreja de São Pedro Apóstolo. Diante dela, de esquina, fica uma das principais creperias de Pernambuco, cujo nome não poderia ser mais simples e despretensioso: Creperia. O restaurante, que também possui cardápio de pizzas, destaca-se não somente pela variedade de sabores, inspirada tanto no regional quanto nos crepes clássicos, mas também pelos seus quatro distintos ambientes: o jardim, a sala, um quarto reservado (com apenas duas mesas) e a sala de jantar, ricamente decorada com echapes e flâmulas de cluves de futebol europeus, em especial portugueses.

Creperia
R. Prudente de Moraes, 168, diante da praça Conselheiro João Alfredo
Telefone: 3429-2935

 ***

A Creperia será o ponto de encontro para a confraternização do Blog da Mimo, hoje às 19h30.

Compositor de trilha dos filmes de Selton Mello faz palestra na Ribeira


Plínio fala do processo de concepção de trilhas (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

Da respiração da imagem surge a trilha

Davi Lira
da equipe do Blog da Mimo

Músico, dj e instrumentista, o carioca Plínio Profeta, com a leveza que lhe é característica proferiu uma palestra de forma participativa e descontraída. "Nunca dei palestra na minha vida", brincava o compositor de trilhas que esteve neste sábado (4) no Mercado da Ribeira, em Olinda, juntamente com uma dezena de participantes. Com a proposta de apresentar um apanhado de clássicos sonoros no Cinema em conjunto com seus trabalhos mais recentes, o músico, atualmente focado na produção do próximo longa de Selton Mello, O palhaço, não fugiu à doutrina estética e tradicional dos críticos de cinema.

Não faltaram menções às já conhecidas trilhas de Bernard Herrmann em Psicose (1960): "A junção perfeita da música e da imagem, com a entrada de peso do celo", setencia Profeta; de Ennio Morricone na filme Por um punhado de dólares (1964), do memorável Sergio Leone; além é claro referências às propaladas bandas sonoras de Tubarão e King Kong.

Além dessa prevalência de trilhas baseadas em tema de personagem (light motif), tão bem trabalhadas por Ennio, Plínio destacou o recurso bem utilizado da música diagética mesclada com a não diagética, ou seja, o som ambiente e de objetos que compõe a cena se misturando com a trilha que é produzida externamente.Um trabalho interessante trazido pelo palestrante foi a trilha desenvolvida por Miles Davis, em Ascensor para o cada falso (1958). A Florence, de Jeanne Moreau, caminhando pelas ruas de Paris aflita, com sentimentos de traição e angústia no ar compõem a atmosfera captada por Davis.


Trecho do duelo em Por um punhado de dólares (Vídeo realizado pelo Blog da Mimo)

CINEMA INDEPENDENTE - Mas para Plínio Profeta, o cinema indie vive um momento diferente. "Hoje é comum perceber que os filmes independentes estão mais secos", fala o músico citando os trabalhos da cineasta argentina Lucrécia Martel (O pântano), e dos documentários de Eduardo Coutinho em geral. No entanto, ele juntamente com Selton Mello compartilham de outra visão. "Não gostamos dessa ideia de cinema seco, pouco musical. A trilha deve ser utilizada como um instrumento indultor da emoção, não vemos problemas quanto a isso".

Realmente não há problemas. Basta conferir a sequência de 7 minutos do filme Feliz Natal, de Mello, para identificar que é possível se aproprioar da força do som, sem o diálogo, mas em perfeita consonância com as imagens. O resultado expressivo não poderia ser diferente. A integração com os ruídos, fundamentada pela linguagem eletroacústica em conjunto com o acorde da viola caipira propicia uma imersão completa na cena e na narrativa fílmica do vídeo.

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O mais novo morador de Olinda

O Blog da Mimo soube em primeira mão que Jerzy Milewski, residente a vários na Praia do Leme, no Rio, agora vai passar mais tempo em Pernambuco. Ele e a esposa, Aleida Schweitzer, comprar neste final de semana uma casa na Ladeira da Sé para ficar mais próximos da tranquilidade e do ambiente artístico da cidade que há sete anos o acolhe durante a Mostra de Música Internacional em Olinda.

 
Foto: Tiago Calazans

Imagens do show!

Slideshow com fotos do concerto de Leo Gandelman e do Novo Quinteto.




Fotos: Rafael Moura

Aula-show sobre Gnatalli

Foto: Rafael Moura

Sob os olhares e ouvires atentos do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, que sentado a primeira fila da Igreja do Seminário de Olinda se sentia em casa, iniciou-se a aula-concerto do saxofonista Leo Gandelman e do grupo Novo Quinteto. Acompanhado por uma formação idêntica à criada pelo maestro e compositor Radamés Gnatalli, Leo Gandelman comandou uma belíssima apresentação. O público, que lotava a igreja e também a área externa, teve a oportunidade de conhecer melhor o trabalho de Gnatalli graças às explicações dadas por Gandelman e por Henrique Cazes, violonista do Novo Quinteto.

O concerto foi iniciado com a execução da obra Bate Papo e finalizado pela música Valsa Triste (homenagem a Paulo Moura), ambas de Gnatalli. Ao fim, os aplausos e sorrisos do Maestro Isaac Karabtchevsky, que estava ao lado de Dom Fernando, igualmente satisfeito, refletia a beleza da apresentação e o sentimento do público como um todo.

Mais uma vez a MIMO consegue cumprir seu objetivo de trazer música de qualidade aliada ao aspecto educativo. Para os que tiveram a oportunidade de assistir, o concerto foi, sem dúvida, um momento único de aprendizado.

Área externa da Igreja do Seminário de Olinda
Foto: Rafael Moura

"Mago das cordas" finaliza programação da Mimo no Carmo

Camaleão Carioca

O título do último trabalho de João Gaspar reflete diretamente a personalidade artística do músico. Após acompanhar por mais de três anos a cantora Zélia Ducan e por um ano o saxofonista Léo Gandlman e tantos outros artistas da mpb, de Ivan Lins a Naná Vasconcelos, João transparece dedicação nesse trabalho autoral. É na riqueza de improvisos e nos timbres, além nos cuidados dos seu arranjos que o "mago das cordas" de Mesnescal impõe a versatilidade e a peculiar estética de sua música.

Concerto
João Gaspar Quarteto
Data: 07/09/2010
Hora: 18h
Local: Praça do Carmo (Olinda/PE)

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Documentário sobre Mamonas Assassinas promete atrair grande público nesta terça de feriado

Mamonas forever

Em 90 minutos de vídeo, o ressurgimento de boas e irreverentes lembranças. Através de imagens inéditas e depoimentos de familiares e amigos, os Mamonas Assassinas voltam a ser reverenciados pelos milhares de fãs que deixaram desde 1996, ano do trágico acidente aéreo. Tendo como trunfo uma série de filmagens inéditas, o diretor Claudio Kahns reconta a trajetória do grupo que em menos de 10 meses invadiu o imaginário do brasileiro, de forma sarcasticamente inteligente.

Ficha técnica
Diretor e produtor Claudio Kahns Fotografia Johnny Torres João Pavese Montagem Anna Penteado Bruna Callegari Diana Zatz Felipe Igarashi Produtora Tatu Filmes

Festival Mimo de Cinema - Panorama Brasil
» Mamonas Pra Sempre
» Data: 07/09/2010
» Hora: 20h
» Local: Mercado da Ribeira (Olinda/PE)

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