domingo, 6 de setembro de 2009

Cinema

O pátio da Igreja da Sé estava lotado no início da noite de hoje, durante a apresentação do filme Simonal: Ninguém sabe o duro que dei. A exibição faz parte da Mostra de Cinema da Mimo e recebeu elogios do público:

"Vim a todas as edições da Mimo e acredito que essa iniciativa de trazer filmes para a mostra é ótima, pois eles são uma grande alternativa para quem não está lá dentro das igrejas assistindo aos concertos. Achei o filme de hoje maravilhoso, esclarecedor e justo. Não sabemos o que realmente aconteceu na história do nosso País, mas sei que a ditadura foi realmente um período muito difícil e acho que Simonal foi injustiçado."

Andréa Luna, arte educadora.

Eu faço a Mimo

O maestro da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, Guilherme Bernstein, esteve presente no concerto da Orquestra Sinfônica do Recife e falou para o nosso blog:

"A apresentação de hoje foi linda, linda mesmo. Quanto a nossa participação na Mimo, foi o seguinte: no ano passado, alguns músicos da nossa orquestra vieram participar das oficinas da mostra e aí nós já ficamos com vontade de voltar. Então no início deste ano, nossos músicos tiveram a oportunidade de serem regidos por Isaac Karabtchevsky, que se empolgou e nos convidou para tocar na Mimo deste ano. É um trabalho difícil, pois trata-se de uma orquestra jovem, composta de alunos. Mas ninguém recusa um convite de Karabtchevsky! (...) A Mimo, além de ser uma vitrine para apresentar nosso trabalho a um público tão grande e diverso, tem um projeto educacional intenso. Nós da Orquestra Barra Mansa somos parte de um projeto educacional que é distribuído durante o ano inteiro, mas precisamos de experiências assim, de uma semana de atvidades concentradas para aprender e trocar experiências."

Fazendo um link

O percussionista Jam da Silva, ao utilizar seus instrumentos de maneira não convencional, acaba lembrando muito outro grande músico pernambucano: Naná Vasconcelos. A mistura de elementos eletrônicos, percussão e efeitos vocais faz este link ficar ainda mais claro.

Para quem não pôde assistir, basta acessar o myspace do artista ou assistir o vídeo abaixo.

O erudito de Boechat

Foto: Marcelo Lyra

Chegando no Convento de São Francisco, às 18h, tive a sorte de encontrar Joana Boechat ensaiando para o concerto que ocorreria em meia hora. Concentrada, a pianista dedicava-se aos acordes, enquanto a equipe da Mimo testava a iluminação, distribuía cadeiras e regulava o som, nos últimos ajustes. A chance de inquiri-la, sobre suas expectativas para o show e sobre sua opinião quanto ao festival, logo apareceu. "Estou muito feliz e muito honrada por tocar junto a pessoas nacionais e internacionais." Joana é calmíssima e foi solícita quando a abordei.

Ao começo do concerto, a pianista executou duas sonatas do barroco Domenico Scarlatti (1685-1757), compostas especialmente para um aluno excepcional na época em que o músico lecionava na Corte portuguesa. Após terminar as duas peças, Joana explicou o repertório que iria reproduzir ao piano, contextualizando os autores das obras de acordo com os períodos da música erudita aos quais cada um pertencia.

Assim, a platéia pôde apreciar tanto o romântico Brahms como os contemporâneos brasileiros Ronaldo Miranda (1948-) e Camargo Guarnieri (1907-1993) e o argentino Alberto Ginastera (1916-1983), além de conferir a maestria de Odeon de Ernesto Nazareth, no bis. E no final? "Não podia ter sido melhor, o público foi muito caloroso!", palavras da própria Joana.

Pão ou pães, é questão de opiniães

O mais interessante de se ir num concerto de música erudita - além da oportunidade de conferir um repertório diferenciado, claro - é a possibilidade de entrar em contato com diferentes opiniões. Como a proposta da Mimo transita entre o erudito e o popular, o público acaba por se diversificar.

Na apresentação da pianista Joana Boechat não foi de outro jeito. Inclusive, a bacharel em piano pela UFMG declarou estar ciente disso e, portanto, fez de tal um critério para selecionar as músicas a serem executadas: "Como percebi que a Mimo é um festival que mistura a música erudita e a popular, diversifiquei o repertório, afinal o público tem um perfil diverso."

O operador de produção Elvis Alves e a professora de piano Marielza de Moura - formada pelo Centro de Educação Musical de Olinda (Cemo) - comprovam a afirmação de Boechat. "Sou leigo, é a primeira vez que ouço Joana e esse repertório. Uso a emoção para apreciar música erudita", relata Elvis.

Já Marielza, como dito acima, tem uma formação musical mais consolidada; é soprano do Coral Madrigal de Olinda e dá aulas particulares de piano: "Há seis anos que venho para a Mimo. Fui aos shows de Fernando Sodré e de Art Metal Quinteto na quinta, e do [Quarteto de Cordas de] São Petersburgo na Basílica [do Carmo, no Recife]. Não fui à missa para assistir ao show, afinal só acontece uma vez ao ano!"

Marielza se diz "cabeça aberta", que apesar de gostar de música erudita, é receptiva a ritmos populares e a propostas inovadoras como a do Manguebeat, a de Hermeto Pascoal e ainda a de Vitor Araújo. Já Elvis se diz contra a mise-en-scène desenvolvida pelo jovem pianista, como se ele quisesse "ser mais estrela que a música. Acho que o bom artista se basta da música como expressão."

Se só pela riqueza musical o show já é válido, a diversidade de opiniões torna-se um item a mais. Interessantíssimo.

Percussão e música eletrônica na Mimo 2009

Foto: Beto Figueiroa

No retorno à sua cidade natal, Jam da Silva não poderia ter feito melhor. Apresentou o repertório do seu novo trabalho para um público, em sua maioria, jovem e lotou o Seminário de Olinda. Quem não conseguiu pegar o ingresso, pôde acompanhar todo o show pelo telão que foi instalado no pátio externo.

Com músicas muito dançantes, samples e projeções na parede, Jam da Silva conseguiu criar o clima perfeito para a sua proposta de trabalho. Dia Santo (nome do CD de Jam e também de uma de suas músicas) contou com a participação da sua co-autora Isaar. A música ainda foi repetida ao final do show, como uma espécie de bis.



Entre os vários artistas que foram prestigiar o lançamento do novo trabalho de Jam, estavam o cantor e compositor Lula Queiroga e o também cantor, compositor e rabequeiro Maciel Salu.

"Quem se candidata a reger?"

Já podemos perceber que os shows e concertos da Mimo são bastante dinâmicos e que, de vez em quando, alguém faz algo diferente. Na tarde de hoje, o maestro Isaac Karabtchevsky deu um exemplo de espontaneidade e simpatia: a apresentação dele com a Orquestra Sinfônica do Recife contou com uma pequena "aula de regência". O maestro mostrou para a plateia como os músicos das orquestras respondem aos movimentos da batuta de um maestro. "É uma comunicação que funciona quase que por telepatia", brincou.

O público foi convidado para participar da "aula", cantando em coro notas graves e agudas. Além disso, o professor contou a história da utilização da batuta na regência das orquestras.

"Quem se candidata a reger? Aluno meu não vale. Quem nunca pegou numa batuta?", perguntou o maestro. Duas mulheres se voluntariaram e, com a ajuda de Karabtchevsky regeram os músicos na Abertura da ópera Carmen.

Eu faço a Mimo

“A apresentação foi um sucesso e a participação do público foi fundamental para esse êxito. Concertos assim são muito bons para que a gente tenha consciência do quanto o público dessa região do País é receptivo. Isso mostra que eventos como este devem ser realizados mais amiúde. [A Mimo] é uma luz que irradia criatividade no Nordeste brasileiro.”

Maestro Isaac Karabtchevsky, que regeu a Orquestra Sinfônica do Recife na tarde de hoje, na Basílica do Carmo.

Basílica do Carmo lotada


Diante de uma Basílica da Carmo lotada, a Orquestra Sinfônica do Recife realizou concerto regida pelo maestro Isaac Karabtchevsky, referência em regência no País.
Por causa da missa que seria realizada no local, a orquestra teve que respeitar o horário previsto, deixando de tocar duas obras previstas no programa. Em compensação, a Suíte nº 1 da ópera Carmen, fez o público aplaudir de pé o conjunto. "[Carmen] é uma das obras mais bonitas da literatura", defendeu o maestro antes de começar a reger.
Em seguida, a plateia, que por sinal tinha muitas crianças, pôde escutar a um dos movimentos da Sinfonia "Italiana" de Mendelsohn. "Para alegrar a noite de vocês, vou tocar essa sinfonia que está no meu coração", disse Karabtchevsky.

Solta o som!

A playlist da festa da Mimo no MAC ontem à noite foi a cara de Pernambuco, uma mostra de miscelânea cultural. O Hino do Elefante, que homenageou Olinda e foi cantado em coro por todos os presentes, foi seguido por Thriller, de Michael Jackson! O repertório também teve espaço para Reginaldo Rossi e Cássia Eller e a pista de dança ficou lotada madrugada a dentro. Entre os ilustres da festa, estava também o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, esbajando animação.

Estive na Mimo

"Pra mim, foi muito emocionante ver aqueles "velhinhos" dividindo o palco com cantoras mais jovens e tocando músicas que eu escuto desde pequena, e que tanto me instigam quando vejo o DVD do documentário da banda. Mesmo sem grande parte dos músicos que fizeram o filme, o show em Olinda ontem foi muito bom de se ver. A noite agradável, muita gente alegre e colorida circulando pelas ruas da cidade, embalados pela salsa caribenha. Todos os ingredientes pra um show especial. Gente de todas as idades e presentes ali pelo simples motivo de querer presenciar a mais esperada atração do Mimo. Aliás, deu tanta gente que acho que nem os vendedores ambulantes esperavam. Faltou bebida perto do show, mas nada que atrapalhsse a noite tão recheada. Em resumo, dancei, pulei, cantei, me emocionei. Realmente, um show que vai ficar na memória."

Luiza Ramos, estudante de Ciências Sociais da UFPE

Contraponto

Foto: Beto Figueiroa

Se a noite de sábado na Praça do Carmo foi de agitação e calor, a tarde de hoje foi intimista e tranqüila. Aqueles que vieram conferir a Jam Session e começar a aquecer para os eventos da noite, encontraram os metais dos alunos da Mimo executando um repertório que incluiu músicas como Espera Maria do Grupo SaGrama e Aquarela do Brasil com arranjo do Maestro Duda. Quando a apresentação acabou, a cidade de Olinda já estava escurecendo e a fila começava a se formar na porta da Biblioteca.

Encontros na Praça do Carmo

Foto: Beto Figueiroa

Em meio a um bucólico pôr-do-sol na tarde de domingo da praça do Carmo, o Quinteto de Metais em Cinco e o Coral de Metais com regência do maestro Antônio Augusto - ambos os conjuntos compostos por alunos das oficinas da Mimo - se apresentaram no coreto da praça por aproximadamente 40 minutos. A platéia pôde também conferir o solo de trompete de João Luiz Areias, integrante do Coral.

"[As jam sessions] são importantes para divulgar grupos locais e mostrar ao público os resultados das oficinas da Mimo, revelando o que se produz nesses ambientes fechados", disse o maestro logo antes de entrar no coreto para reger o Coral.

A festa continuou

Depois do show do Buena Vista Social Club, a produção da MIMO, os músicos e outros convidados continuaram a noite no Museu de Arte Conteporânea (MAC), onde rolou a festa de confraternização da MIMO. Não faltou bebida, comida e boa música! Na pista de dança, Antônio Carlos Nóbrega mostrou que é performático no palco e fora dele. E só quem foi pôde ver o russo Boris Vayner, do St. Petersburg String Quartet, arriscando sambar por lá. Até que ele leva jeito!

Mistura Fina

Qual o resultado quando você junta um pianista cubano, um vocal belga e um percussionista brasileiro!? É isso que nós vamos descobrir hoje, às 20h30, na Igreja de Sé. Os três músicos devem apresentar um repertório bastante eclético e surpreender o público.
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Foto: Beto Figueiroa

Dois dos que se apresentam hoje à noite, o Sergio Krakowski e o David Linx, ministraram worshops, ontem, dentro da programação da MIMO. Foi uma oportunidade para os que queriam aprimorar técnica de pandeiro ou de vocal de jazz.

Surpresas no Seminário de Olinda

O público que conseguiu entrar no Seminário de Olinda ontem para assistir ao concerto de Antônio Nóbrega e Orquestra Retratos do Nordeste, além de conferir o som de altíssima qualidade, teve surpresas com a iluminação do local.

No altar, eram projetados dois círculos, que, ao se posicionarem em cima da escultura de um Jesus crucificado, formavam um coração.

Bossa nova segundo Cuba

Em entrevista coletiva realizada no Hotel 7 Colinas em Olinda, Buena Vista Social Club Stars deixaram no ar a inclusão de músicas brasileiras no repertório da noite passada. Pois bem, dito e feito: a platéia teve a chance de acompanhar Idania Valdés interpretando "Corcovado", clássico da bossa nova de autoria de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

No fim da música, Idania saudou Elis Regina e Tom Jobim.

Para quem não lembra de "Corcovado", segue um vídeo de Elis e Tom se apresentando em 1974:

Cadê a cerveja?

A público que assistiu ao show do Buena Vista Social Club Stars, ontem, na Praça do Carmo, superou todas as expectativas. Nem mesmo os "gasoseiros" (vendedores de bebidas) conseguiram prever a quantidade de gente que estaria presente para assistir às lendas da música cubana.

Quem queria comprar cerveja durante o show (e não era pouca gente que queria) tinha que andar muito para achar algum vendedor. E quando achava, era uma luta para conseguir ser atendido. A saída foi esperar o fim da apresentação e sentar num dos bares ali perto para esticar a noite.

Corra pra tocar em Olinda

Às 16h, na praça do Carmo, haverá uma jam session aberta. Iniciativa inédita da Mimo que, quem sabe, pode revelar alguma futura atração da Mostra.

A ideia

Este blog nasceu de um nova linha de ação da área de comunicação da Mimo.

Em 2007 e 2008, os integrantes da assessoria de imprensa encarregados de realizar a cobertura das apresentações tinham de redigir matérias para alimentar o site, como uma pequena agência de notícias.

Agora em 2009, a Aline Feitosa, estabeleceu que o site deveria conter as matérias que saem sobre a Mimo na imprensa e na internet, ou seja, um espaço de clipping.

Assim, seria preciso canalizar o trabalho da equipe de cobertura para outro veículo. Foi então que soube por Lu Araújo da ideia deste blog, dada por Aline.

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Uma mão na roda, porque tornou-se um espaço onde podemos ser informativos e ao mesmo tempo experimentais.