quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Gotan Project, o Cirque du Soleil do tango

Crédito: Divulgação
Na tarde de hoje, postaram a seguinte questão no microblog twitter: “O Gotan Project é o Cirque du Soleil do tango?. A publicação vinha acompanhada ainda da hashtag (palavra-chave) #VouNaoPossoNaoQueroNao. Sem entrar no mérito da legitimidade dos dois grupos, não restam dúvidas de que ambos revolucionaram o fazer artístico do gênero a que pertencem. Os dois obtiveram sucesso após investirem nos recursos tecnológicos da indústria do entretenimento moderna (som, imagem, iluminação). E é isso que o trio da Gotan Project, formado pelo francês Philippe Cohen Solal, o argentino radicado em Paris Eduardo Makaroffe e o músico e programador suíço Christoph Muller, vem apresentar ao público da MIMO 2011, na noite de hoje (08).
Assim como fez a companhia de Québec na arte circense, a Gotan Project desconstruiu o tradicional tango argentino, adicionando, a ele, a música eletrônica, entre outras novidades. Além de apresentarem seu mais novo álbum, intitulado Tango 3.0, terceiro trabalho de estúdio do grupo, os músicos prometem tocar sucessos dos discos passados, como a canção Época, que popularizou eles no Brasil, depois que entraram na trilha da novela Da cor do pecado, em 2004, da Rede Globo. Ao todo, serão executadas 20 músicas. Quase todas as composições são assinadas pelo trio.


Confira apresentação da Gotan Project em que a banda executa a música que abre o show de hoje, Cuesta Abajo. Em seguida, a canção Época



Serviço:
Show da banda Gotan Project na MIMO 2011
Quando: hoje (08), às 22h
Onde: Praça do Carmo, Olinda
Entrada gratuita



Guinga e OSR movimentam o D. Lindu

Foto: Renato Spencer

Na quarta à noite, em pleno Dia da Independência, o Parque D. Lindu estava como em todos os finais de semana e feriados desde que foi inaugurado: bem iluminado, jogo de basquete acontecendo, crianças brincando, skatistas e ciclistas por todo lugar. Cenário propício a mais um dos concertos populares da Orquestra Sinfônica do Recife no Teatro Luiz Bandeira, desta vez para abrir a programação da MIMO 2011 no Recife acompanhando o violonista Guinga - perante mais de 3 mil pessoas no pátio principal do parque.

Após os pronunciamentos de Lu Araújo, diretora geral da MIMO, e Renato L, secretário de cultura do município, o maestro Osman Gioia recepcionou o convidado especial da noite e deu início ao concerto com arranjos orquestrais de Paulo Aragão, a maioria deles dentro de uma ambientação de trilha sonora de filmes antigos. O clima contemplativo da apresentação mudou de figura no meio do programa com o baião Geraldo no Leme, após o qual Guinga saudou o público e salientou: "A música é um fator de união. Tem tanta gente pensando em fazer o mal neste momento e nós estamos todos aqui em torno da música".

O violonista Lula Galvão, o clarinetista Paulo Sérgio Santos e o trompetista Jessé Sadoc Jr., músicos amigos do solista, tocaram ao longo do concerto e o desfecho ficou por conta de Vô Alfredo, um frevo tributo ao avô pernambucano de Guinga. Inesperado e feliz foi o episódio final, em que o público não se conformou com as despedidas de todos os instrumentistas e o apagar das luzes do palco, e exigiram veemente um bis. Guinga e a Sinfônica do Recife sentiram o apelo e atenderam à gratificante manifestação massiva com um repeteco de Vô Alfredo, recebendo como resposta a animação dos foliões, alguns dos quais dançaram em meio ao milhares de cadeiras de plásticos espalhadas pelo pátio.

Foto: Renato Spencer

Vencedores do Sorteio [2]

E os vencedores do segundo sorteio de senhas foram Marcelo Vidal e Deborah Lyra, que ganharam ingressos para as apresentações desta sexta do Duo Sonoris Fábrica e de Alex Tassel na MIMO 2011. Como Marcelo postou o comentário primeiro, ele tem o direito de escolher à qual apresentação assistir. Parabéns aos dois.

Programa enviado por Deborah Lyra

Outro programa enviado por Deborah Lyra

Programa enviado por Marcelo Vidal

Orquestra Sinfônica de Barra Mansa se apresenta em João Pessoa pela MIMO

Conjunto que vem de recente temporada ao lado do Balé Kirov, faz concerto gratuito na Paraíba dentro da programação da MIMO 2011

Hoje (08), a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (OSBM) se apresenta em concerto gratuito a partir das 20h, na Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa (PB), como parte da programação do Mostra Internacional de Música em Olinda (MIMO), que desde o dia 05 vem acontecendo nas cidades de Olinda e Recife (PE) e João Pessoa (PB). Sob a batuta de seu diretor artístico e regente titular, Vantoil de Souza, a orquestra levará ao público obras de Mozart.

- Atuar no curso ministrado por um dos mais conceituados maestros brasileiros é uma excelente oportunidade de crescimento para os músicos. Além disso, o concerto que realizaremos em João Pessoa mostrará a qualidade do ensino de música oferecido pelo Projeto Música nas Escolas, em Barra Mansa”, diz Vantoil, citando o curso de regência no qual a OSBM atua como orquestra residente e o projeto sócio-educacional desenvolvido na cidade do interior do Rio de Janeiro.

O solista da noite será o flautista Felipe Braz, que pela primeira vez fará o solo em um concerto da orquestra em que atua desde 2009. O niteroiense, vindo de um família de músicos, aos 27 anos de idade conclui este ano sua graduação em flauta, pela UNIRIO, e tem em seu currículo importantes feitos, como a criação do Quinteto Quinta Justa, com quem se apresentou por diversas vezes na Rádio MEC, e a participação no álbum mais recente de Sérgio Barrenechea.

Terceira vez na MIMO e após temporada ao lado do Balé Kirov

A OSBM vem de uma recente temporada ao lado de uma das maiores companhias de balé do mundo, o Balé Kirov, que se apresentou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro ao lado da jovem orquestra de 31 de agosto a 04 de setembro, com bilheteria esgotada para todos os dias.

Esta é a terceira vez que a OSBM marca presença na MIMO. De 05 a 11 de setembro ela atuará mais uma vez como orquestra residente do curso de regência dirigido pelo renomado maestro Isaac Karabtchevsky, em Recife. O curso culmina com a oportunidade de oito aprendizes se apresentarem à frente da OSBM, no dia 11 de setembro, às 11h, no Seminário de Olinda.

Orquestra é fruto do Projeto Música nas Escolas

O jovem corpo orquestral, considerado um dos mais promissores do Brasil, é fruto do projeto sócio-educacional Música nas Escolas, desenvolvido na cidade sul fluminense de Barra Mansa e que hoje atende a mais de 22 mil crianças e adolescentes da rede pública de ensino. Através desta iniciativa, os alunos têm ensino musical desde a educação infantil até o ensino fundamental.

O Projeto foi implantado pela Prefeitura de Barra Mansa em 2003, e ela a mantém com patrocínio da iniciativa privada - Light, Votorantim Siderurgia, Saint-Gobain, White Martins e CCR NovaDutra – por meio das Leis de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura (Governo Federal). O Música nas Escolas conta ainda com outros conjuntos musicais: Orquestra Sinfônica Juvenil, Orquestra de Cordas Infantil, Orquestra de Metais, Orquestra de Jazz, Orquestra de Percussão, Drum Latas, Banda Marcial, Banda Sinfônica, Banda Sinfônica Infanto-Juvenil e Banda Infantil.

A formação original da OSBM, fundada em 2005, conta com mais de cem jovens músicos (cerca de 70 participam da MIMO 2011) – entre instrutores do Música nas Escolas e alunos de nível avançado do Projeto, que por isso tornaram-se bolsistas da Orquestra. Entre os instrutores do Projeto está o solista do concerto de hoje, que ministra aulas a adolescentes no Colégio Municipal Padre Anchieta, em Barra Mansa. “É muito gratificante e com a história de vida de cada um desses alunos, acabo aprendendo mais do que ensino”, diz Felipe Braz.

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SERVIÇO

Orquestra Sinfônica de Barra Mansa - Vantoil de Souza, regente
Basílica de N. S. das Neves (João Pessoa), 20h

Repertório
Mozart
Abertura da ópera “As Bodas de Fígaro”
Concerto n. 1 em Sol Maior para flauta e orquestra KV 313
Sinfonia n. 36 em Dó Maior KV 425 “Linz”


***


Fernanda Leal
Jornalista
(24) 9301-8781
Assessoria de Imprensa - Projeto Música nas Escolas de Barra Mansa

Mais um pouco de Sissoko & Segal

O concerto de ontem na Igreja da Sé foi de deixar todo mundo de boca aberta. Pra quem saiu de lá querendo mais, aí vai um repeteco do que aconteceu ontem.

Desvendando Clara Crocodilo

Foto: Beto Figueiroa
O workshop promovido pelo versátil Arrigo Barnabé foi um verdadeiro presente aos fãs. Esbanjando muita disposição e simpatia, Arrigo baseou sua exposição na obra a ser apresentada logo mais na Mimo, o Clara Crocodilo. Não faltaram histórias e estórias que a cada desenlace, toda composição melódica e textual das faixas que compunham o Clara Crocodilo tornava-se perfeitamente compreensível . O discurso do vanguardista foi desde os primeiros passos para o processo de construção até a fase final e a repercussão que o álbum teve no meio artístico. Ressaltou as dificuldades para iniciar o projeto, mas que ao ultrapassar esse estágio através de muita persistência e disciplina, conseguiu lançar aquela que seria sua maior obra-prima, colecionando elogios e fãs ilustres como Elis Regina e Tom Jobim.
Um destaque digno de ser mencionado foi a clara relação estreita que mantinha com Itamar Assumpção e acima de tudo, ressaltou a importância do amigo e músico para o processo de identidade criada para o movimento da vanguarda paulista.
Por fim, relatou alguns de seus últimos trabalhos dedicados às óperas teatrais, revelando, portanto a diminuição significativa de suas composições musicais, mas que apesar disso, alguns trabalhos como a missa em homenagem a Itamar Assumpção foi um dos seus feitos mais recentes.

Relatos da Mimo


"Nós que trabalhamos com cultura, vez ou outra escutamos aquela conversa: 'o povo não sabe o que é bom' ou 'isso é muito complicado e ninguém vai entender', ou ainda: 'música instrumental só serve pra músico!'. Aí vem a MIMO e as pessoas saem de suas casas, com amigos ou suas famílias, se organizam, vêm à Olinda, assistem nas Igrejas ou em frente delas, em telões, levam cadeiras ou sentam-se nas calçadas, fazem silêncio ou discutem, conversam, trocam idéias, todas abertas para a experiência de conhecer novos artistas, novos universos sonoros. Pra mim, é como se dissessem: "É possível! Existe alguém esperando do outro lado!".

Tive a alegria de tocar na Mostra, em 2010, numa Praça do Carmo lotada, e pude perceber o cuidado e o carinho de todos os envolvidos no projeto. Parabéns a Lú Araújo e todos os que fazem a MIMO, evento que a cada ano renova nossa fé no caminho da boa música."

Juliano Holanda, guitarrista, violonista e compositor, integrante da Orquestra Contemporânea de Olinda

 Foto extraída do facebook de Juliano Holanda



Outros sons


O concerto a ser mostrado por Arrigo Barnabé requer muita atenção, ouvidos e principalmente mente aberta para digerir aquilo que de certo ninguém em nenhuma esfera desse mundo pode proporcionar em tamanha intensidade. Longe, muito longe do que habitualmente nossa treinada audição está habituada a ouvir, Arrigo dá um tapa na cara, sacudindo e intrigando os mais ortodoxos com seu piano extremamente experimental e dissonante. Mas tenha calma! Suas canções não são para os maiores guardiões da música clássica, apesar de erudito. Aparentemente caótico e sem sentido,"Clara Crocodilo" é vanguardista e vai além da estranheza inicial nos presenteando com um leque de variados elementos artísticos inseridos alí mesmo em uma única canção. Pode tudo?! Pode! Mas só esse londrinense consegue convencer transpondo o elemento certo para o lugar certo. A música concreta advinda das Histórias em quadrinhos, poesias, teatro e o canto falado, somado ao domínio e técnica precisa, é a receita secreta que Barnabé nos oferece com toda transparência, competência e agressividade vocal. Esqueçam qualquer rótulo dodecafônico, porque Clara Crocodilo também não é isso. Não há uma lógica capaz de explicar o que Arrigo proporciona, ele simplesmente faz uma grande diversão eletrônica, mas com a seriedade de gente grande.

Cocerto: Arrigo Barnabé
Local: Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos - Recife
Horário: 18:30h

Cinema: confira programação do Panorama Brasil/ Curtas e Longa de hoje


A MIMO 2011 chega ao seu segundo dia do programa Panorama Brasil/ Curtas e Longa do festival. No Pátio do Seminário de Olinda, a partir das 18h, serão exibidos três curtas: O Silêncio do Mundo, Luthier do PVC e Bob Lester. No Pátio da Igreja da Sé, será apresentado o longa Sex Beatles Memorabília.


Crédito: Divulgação

O Silêncio do Mundo, ficção de 10 minutos de duração, dirigido por Bárbara Cariry (CE), fala da sinfonia do mundo percebida no “outro”, revelando novas formas de percepção e de comunicação entre os homens.

Crédito: Divulgação
Logo depois, será exibido o documentário Luthier do PVC, de 15 minutos e direção de Marcos Homem (RJ). No filme, Johny, um menino pobre, de nove anos, torna-se autodidata na confecção de instrumentos. Ele consegue este feito depois de ter sido apadrinhado por um luthier (artesão) que lhe ensinou técnicas de fabricação dos artefatos.

Crédito: Divulgação
Em seguida, é a vez da pernambucana Hanna Godoy e da carioca Mariana Penedo contarem a história de um dan­ça­rino bra­si­leiro que ani­mou as noi­tes do Cassino da Urca (RJ) e sapa­teou em shows do cantor americano Frank Sinatra. Protagonizado pelo ator Stênio Garcia, o curta Bob Lester estreou den­tro do fes­ti­val Curta Cinema, no Rio de Janeiro. O roteiro foi pre­mi­ado no Concurso de Roteiros da RioFilme.


Crédito: Divulgação

No longa da noite, o baterista da banda de rock Sex Beatles (Marcelo Martins), formada no Rio de Janeiro, em 1990, dirige documentário sobre ela, intitulado Sex Beatles Memorabília. A produção mostra a trajetória do grupo, integrado ainda pelos músicos Cris Braun (voz), Alvin L. (guitarra), Vicente Tardin (baixo) e Ivan Mariz, no circuito alternativo carioca.



Serviço:
Panorama Brasil/ Curtas
O Silêncio do Mundo/ Luthier do PVC/ Bob Lester
Quando: hoje (08), às 18h
Onde: Pátio do Seminário de Olinda

Panorama Brasil/ Longa
Sex Beatles Memorabília
Quando: hoje (08), às 19h
Onde: Pátio da Igreja da Sé

Verocai atemporal


O que se pode esperar da apresentação de Arthur Verocai hoje, às 20h30, na Igreja da Sé é o virtuosismo de um dos nomes responsáveis pela produção de discos de Gal Costa, Erasmo Carlos, Jorge Ben e Elis Regina. Seu repertório mescla músicas de seu álbum de estreia, lançado em 1972, com criações mais recentes, tais quais as canções do álbum "Encore" (2007) e composições para a série de vídeos Timeless. Verocai regerá uma orquestra de cerca de 30 músicos, formada parte por integrantes da Orquestra Experimental de Câmara, de Pernambuco, e parte por músicos do Projeto Coisa Fina, que presta homenagem ao pernambucano Moacir Santos. Destaque para "Na boca do sol" e "Caboclo", interpretada pelo próprio Verocai, sendo esta a canção que desencadeou sua volta ao cenário musical. O show conta também com participações de Clarisse Grova, emprestando seu vocal delicado e firme à canção "O tempo e o vento", e do representante da soul music Carlos Dafé, que interpretará "Pelas sombras".

Concerto: Arthur Verocai. Participação especial Clarisse Grova, Carlos Dafé e Projeto Coisa Fina
Onde: Igreja da Sé
Quando: hoje (quinta, 8), às 20h30

Rabeca polonesa

Neste ano, Jerzy Milewski (sempre ao lado de sua esposa, a pianista Aleida Schweitzer) abriu mão de fazer um tour por Brasil, Estados Unidos e Europa e decidiu focar a Polônia, sua terra natal, com duas sutis exceções: uma, é a obra Sobre temas poloneses, porém escrita pelo russo Nikolai Rímski-Kórsakov (integrante do famoso Grupo dos Cinco, precursor dos modernos coletivos de artistas); outra, é uma peça de música ligeira escrita por um polaco residente nos Estados Unidos, Krzesimir Dębski, e, por isso, de espírito totalmente norte-americano, Country em mi maior (Country in E). A composição de Dębski em especial, a qual se diferencia do ethos polonês buscado no concerto de hoje, marca presença anualmente nos recitais de Jerzy e Aleida graças à sua animação contagiante e ao fato de ser uma partitura querida ao casal (vale o aviso para ficar atento à convidativa batida de palmas em ritmo de country), mas a escolha para encerrar a apresentação - dentre os demais autores a serem tocados (Mlynarski, Paderewski, Wieniawski e Chopin sob arranjo de Marek Żebrowski*) - recai na frenética Oberek, de Grażyna Bacewicz (1909-1969), importante compositora e violinista ex-professora de Jerzy.

Logo mais na Igreja de São Francisco, às 18h, em Olinda.

Aprenda a pronunciar o nome dos compositores poloneses.

Santo de casa

Quem for ao Seminário de Olinda hoje, às 19:00, certamente vai gostar do que vai ver. Será um momento muito intenso e especial para a Mimo, já que o grupo Azymuth, tão lendário quanto aclamado, se apresentará com um repertório de impressionar. Basta dizer que, entre as músicas executadas, Jazz Carnival – que também dá nome a um dos CDs do grupos – estará presente. O jazz-funk que hoje faz a cabeça dos jovens londrinos através dos remixes de diversos dj’s europeus chegou por lá ainda nos anos 80, assim que foi lançado. É que o trio carioca é um dos tantos casos de grupos e artistas que fazem um extremo sucesso fora do Brasil, mas passam décadas até serem lembrado por aqui. Mas eles não têm do que reclamar: com quase 30 discos lançados (quase todos com muito sucesso no exterior), eles se tornaram uma espécie de mito entre os amantes do fusion e agora estão aproveitando a oportunidade de se apresentar num dos maiores festivais de música do Brasil e mostrar que santo de casa também faz milagre.

Pra quem perdeu...

Pra quem não foi ao concerto de ontem de Délia Fischer, aí vai uma mostra do que ela apresentou. O show foi maravilhoso e o vídeo serve pra vocês verem o que perderam!


Jam session no Mercado da Ribeira


Foto: Marcelo Lyra

Trazer um laboratório musical para o palco tornou-se possível com a apresentação do Parahyba Art Ensemble nesta terça (07), no Mercado da Ribeira, às 18h. Digamos assim: o guitarrista Chico Correa conseguiu alinhavar diversos meandros num só tecido sonoro, colocando samples e instrumentos um ao lado do outro. Fora as mixagens, realizadas sem prévio ensaio. 

Foto: Marcelo Lyra

Quem esteve por lá, além de evitar o estresse de garantir senha, já que o espaço era a céu aberto, pôde conferir um som mais experimental, típico de jam session. Prometeram improviso, improviso levaram para o palco. Contudo, dava para entrever no resultado da mistura resquícios de jazz e ritmos nordestinos. Como também haviam prometido, imagens abstratas sobrepunham-se à performance dos artistas; Chico Correa revelou que a estratégia partira do VJ Spencer, que gostava de criar ambiência com luzes. 

Sorteio de convites [2]

Começou o novo sorteio de convites da MIMO 2011.

Para concorrer às senhas das apresentações do Duo Sonoris Fabrica e de Alex Tassel (um par para cada), sexta (09), escaneie e nos envie uma senha ou programa de concerto ou fôlder de qualquer edição anterior da MIMO.

Nossa recomendação é que você comente primeiro, para garantir a transparência, e depois garanta o envio do arquivo em no máximo uma hora. O e-mail é pb_amaral@hotmail.com.

[Não participam vencedores dos sorteios anteriores e o horário limite para aderir ao sorteio é a zero hora do dia 09, sexta-feira]

A bênção, maestro

Foto: Kalline Costa
A mostra internacional de música de Olinda esse ano parece enfim, fazer a merecida e devida homenagem ao Maestro Moacir Santos. O pontapé inicial dessa série de culto foi dada hoje no Seminário de Olinda com a performance do Trio 3-63. Esbanjando bastante elegância e requinte, os músicos iniciaram a apresentação com Coisa n°1 seguindo com outros sucessos de Moacir. Suspensa temporariamente a homenagem, o trio deu vez às suas composições autorais e alternou compositores clássicos que tiveram inspiração no folclore nordestino. Lundu Característico, de Joaquim Callado e Inúbia do caboclinho, levantaram o público com o típico balanço dos festejos interioranos.


Foto : Kalline Costa
A partir daí, todas as músicas executadas até o final tiveram a flauta de Andrea Ernst Dias como protagonista, conduzindo o concerto com maestria e sutileza . Sequenciando o repertório, o 3-63 passou por Tom Jobim até novamente retomar Moacir Santos e finalizar com algumas inéditas do maestro. O destaque final ficou com Sambatango, nome mais apropriado para o que a canção representa: um samba e um tango, que funde toda a alegria de um com a dramaticidade do outro.

Ela é toda alegria




Dona de um carisma ímpar, Délia Fischer iniciou seu show explicando o porquê daquela homenagem. Em seguida, preveniu o público de que o repertório apresentado ali seria baseado principalmente na fase mais popular de Egberto Gismonti. Músicas, portanto, onde o caráter experimental de sua obra recente é substituído por canções que bebem nos ritmos populares e melodias mais fáceis (ou menos difíceis).

Acompanhada por uma banda impecável, Délia passou a esbanjar maestria, hora como instrumentista, hora como cantora. Distribuiu elogios à produção do evento, à paradisíaca Olinda e aos seus músicos maravilhosos (cada um tocando o seu instrumento e fazendo graça com mais alguns – como o baterista, que também faz percussão vocal e se arrisca no trompete). E por fim, encantou o público que lotava a Igreja do Rosário dos Pretos com sua magia. A alegria e a delicadeza ao tocar cada uma das músicas de seu mestre maior estavam estampadas no sorriso de Délia e dos seus músicos acompanhantes. Com uma presença de palco (altar, pra ser mais exato) de chamar atenção, ela não se conteve apenas a frente do teclado. Saiu do seu banquinho e foi para o meio da cena para cantar, bater palmas e reverenciar o público. E em uma frase, cantada numa música de Egberto, ela resumiu bem o seu show e o seu estado de espírito: “Hoje eu estou satisfeito. Cheguei, graças a Deus. Não há ninguém mais feliz que eu”.
Fotos: Rafael Moura

Depoimento - Fred Lyra

O guitarrista, violonista, compositor e estudante de música da UFPE Fred Lyra, vencedor do primeiro sorteio de senhas do Blog da MIMO este ano, preparou a nosso convite um relato sobre a apresentação de abertura da MIMO 2011, com o violoncelista francês Vincent Segal, que já trabalhou ao lado de nomes como Cezária Évora e Sting, e o tocador de cora malinês Ballaké Sissoko, quem nesta quinta pela manhã fará seu primeiro workshop na vida (confira o horário e o local).

Acho que o concerto de hoje [quarta] à noite foi de uma profundidade imensa. Um dos mais densos que já assisti em 8 anos de MIMO. A interação entre os músicos foi impressionante, com os dois instrumentos realmente soando o tempo todo juntos. O resultado sonoro do somatório dos dois instrumentistas era o que importava. Não havia espaços para exibições ou duelos de ego: era realmente a música que importava.

Muito interessante a variação e a capacidade de criar ritmos de ambos os instrumentistas, era tão rico que o tempo todo se imaginava e "escutava" a percussão por trás do violoncelo e da kora. Segal mostrou muita habilidade com os harmônicos, criando várias melodias e também acompanhamentos com essa técnica, algumas vezes soando como uma flauta. Sissoko extraia da kora algumas sonoridades graves, em momentos surpreendentes, literalmente de "matar". Foi interessante a MIMO iniciar com um concerto tão denso e de difícil acesso.

Fred Lyra

Você também pode enviar seu depoimento (sobre qualquer atração da MIMO 2011) para o e-mail pb_amaral@hotmail.com.