quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe: a mais antiga dedicada à santa no Brasil

Apesar de não fazer parte dos espaços que abrigam os concertos da MIMO 2011, vale a pena os espectadores do evento visitarem a Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. Ela é uma das poucas da América do Sul que se dedica à padroeira do México. No Brasil, é a mais antiga. Construído por causa da devoção de homens pardos libertos ou escravos da Vila de Olinda, no início do século 17, o templo apresenta fachada simples e é composto por uma única torre sineira e três portas que dão acesso ao altar principal. Por meio de outras duas, o visitante chega à sacristia. Na parte superior, a construção é integrada por cinco janelas com varanda. O altar-mor é em madeira trabalhada. No centro dele, um quadro da santa que veio do México. O teto também é pintado com a imagem de Guadalupe.
                                                                                                                                                       Crédito: Vivis Souza


Serviço:
Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe
Quando: de terça a sexta-feira, das 14h às 17h
Onde: Praça Miguel Canuto, s/n – Guadalupe, Olinda
Mais informações: (81) 3429.1914


Improviso prevalece na apresentação do Parahyba Art Ensemble

O coletivo Parahyba Art Ensemble, que se apresenta hoje, às 18h, no Mercado da Ribeira, tem como lema a experimentação de linguagens. Partindo dessa premissa, garante nada mais nada menos que o improviso tome conta de seu repertório. Ou seja, o público deve estar preparado para ser surpreendido com o choque de tendências. Sob a batuta do guitarrista Chico Correa, o instrumental encontra os sintetizadores, assim como os artistas brasileiros juntam sua experiência aos internacionais. O som torna-se atemporal e distante de possíveis classificações. As influências, contudo, são claras: jazz, free jazz, eletroacústica, música nordestina. Mas não param por aí (e nem poderiam). De resto, imagens projetadas sob o palco prometem dilatar essa experiência sonora. Fazem parte da banda o baterista americano Gregg Mervine, o multiinstrumentista belga Henry Krutzen, o francês Didier Guigue nos sintetizadores e flauta baixo, o DJ Guirraiz, o trompetista alemão Burgo, o baixista Mateus Alves e o VJ Spencer.

Concerto: Parahyba Art Ensemble
Onde: Mercado da Ribeira
Quando: hoje, às 18h

Pra aquecer

Pra quem não aguenta mais esperar, aí vai um aquecimento do que a gente vai curtir hoje lá na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Olinda.






Pra quem não sabe chegar lá:



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Ballaké Sissoko e Vincent Segal prometem fundir tempo e espaço diferentes na Igreja da Sé

Crédito: Divulgação
A ideia de tocar e gravar o álbum Chamber Music surgiu quando o malinês Ballaké Sissoko assistiu a um concerto do duo em que o francês Vincent Segal formou com o baterista e percussionista alemão Cyril Atef. Naquele momento, nascia uma parceria que fundiria o tempo e espaço que os dois artistas representam. Afinal, Sissoko toca o kora, instrumento ancestral africano. Enquanto Segal, o barroco e europeu violoncelo. Na noite de hoje, quem for à Igreja da Sé conferir a apresentação da dupla, grande atração desta quarta-feira, no espetáculo Música de Câmara, poderá verificar a conjugação desses momentos diferentes da história mundial nas dez músicas de autoria do africano.

A canção que dá nome ao álbum será a primeira executada. Difícil não "entrar em transe" com os solos envolventes de Segal nessa composição. No entanto, a áurea instaurada por ele poderá ser quebrada por músicas como Ma-Ma FC. Nela, o intimismo fica em segundo plano em relação à técnica no manejo das cordas que compõem os instrumentos dos dois artistas. A exibição termina com a cadência folclórica da faixa Mako Mady. Depois do concerto, dificilmente alguém terá dúvidas de que assistiu a uma verdadeira apresentação do gênero world music - o mesmo que apareceu, de repente, algum tempo atrás, nas prateleiras das poucas lojas de música da cidade do Recife.
Serviço:
Espetáculo Música de Câmara - Ballaké Sissoko e Vincent Segal

Quando: quarta-feira (07), às 20h30

Onde: Igreja da Sé

Quanto: distribuição de senhas de acesso a partir das 18h, na Biblioteca Pública de Olinda (em frente à Praça do Carmo)


Confira a canção que abre a apresentação de Ballaké Sissoko e Vincent Segal hoje:



Filhos de João



Banda, time de futebol, bloco carnavalesco e “sociedade alternativa”. Um pouco de cada e uma mistura dos três formava o clã dos Novos Baianos, uma das bandas mais influentes dos anos 70 e cujo repertório se mantém atual mesmo após décadas de sua criação. Inspirado e influenciado por eles, o diretor Henrique Dantas decidiu produzir o documentário Filhos de João: o admirável mundo novo baiano.

Apoiado principalmente em depoimentos dos integrantes e de pessoas próximas ao grupo, o longa, que será exibido hoje, às 19:oo, no pátio da Igreja da Sé, faz uma retomada ao estilo de vida escolhido pelos jovens baianos para mudar o rumo da música popular brasileira.

O filme começou a ser produzido há 12 anos como um trabalho de conclusão de curso. Após muita luta, Dantas conseguiu financiamento para transformá-lo no documentário que poderemos conferir hoje. Os destaques vão para os depoimentos de Morais Moreira e Pepeu Gomes, integrantes dos Novos Baianos, e para as falas engraçadas de Tom Zé, amigo próximo.

Com tudo que deve ter um bom documentário, Filhos de João, é um convite irrecusável para adentrar no mundo dos Novos Baianos.

O Mar de Lia


O Mar de Lia, curta documental de Hanna Godoy, apresenta aos expectadores o mundo encantado de um dos nomes mais representativos da música pernambucana: Lia de Itamaracá. Cantora de côco, ritmo típico do litoral em que o mar é um dos temas mais recorrentes. Com um lirismo poético, a diretora consegue, em seus pouco mais de doze minutos, nos mostrar o que tem de mais belo e encantado nos personagens e nas suas canções.

O filme foi lançado em 2010 e integrou a programação da Mostra Pernambuco do CINE-PE daquele ano. Na Mimo Cinema 2011, ele será exibido hoje, às 18:00, no pátio do Seminário de Olinda, na sequência de Concerto para Heloísa.

Homenagem ao folclore brasileiro


Artistas com referências folclóricas brasileiras fazem parte do repertório incorporado pelo Trio 3-63 que se apresenta logo mais na Mimo. Os competentes músicos instrumentais anunciam seu show introduzindo uma homenagem ao Maestro Moacir Santos, iniciando a festa com a elegante “Coisa nº1”. A homenagem ao maestro segue com a releitura das inéditas “Isto é bom”, “The beautiful life” e “Love go down”. Na segunda metade do espetáculo, o trio transita de Tom Jobim à Luiz D’anunciação, dando muita vivacidade a belíssima e folclórica “A inúbia do caboclinho” de Guerra Peixe, mostrando que compositores eruditos e populares podem fazer parte de um mesmo repertório, somando-se para uma audição única e livre de qualquer rótulo. Sempre buscando uma identidade musical brasileira nas suas apresentações, Andrea, Paulo, Marcos são músicos de altíssimo nível e que têm a cabeça no mundo, mas com os pés fincados nas raízes mais populares do nosso país.

Concerto: Trio 3-63
Local: Seminário de Olinda
Horário: 19:00h 

Concerto para Heloísa



Um bateristas, quatro bandas e muito, mas muito barulho no quintal de casa. Não há vizinho que agüente. Esse é o ponto de partida para o curta-metragem Concerto para Heloísa, documentário que será exibido hoje, às 18:00, no pátio do Seminário de Olinda.

O filme, dirigido por Pedro Moscalcoff, o Mosca, de São Paulo, conta a história de Biel, um baterista que utilizava um estúdio improvisado em sua casa para ensaiar com suas quatro bandas. Dos ensaios, além de surgirem nova idéias e novos arranjos para suas músicas, surgiam também novas reclamações a cada dia. A principal reclamante: sua vizinha Heloísa.

Quatro dias por semana ela era obrigada a ouvir aqueles ensaios “repetitivos e barulhentos”, sempre seguidos de cartas e telegramas com reclamações. Eis que depois de uma conversa entre os dois na calçada de casa, surge uma idéia: criar um festival de música reunindo as 4 bandas de Biel para arrecadar fundos e, com um isolamento acústico, acabar com os problemas de Heloísa.

Ponto de Fuga

Um ponto de fuga, um conto de fada, um sarau. Um céu na gaveta, um sinal de vida, um degrau - obrigatório para quem quer viver a música popular brasileira. Um clarão! Guinga é um clarão bem em frente aos olhos dos que insistem em matar a canção. É uma rima solta, um verso livre, uma luz de assombração. Num gesto de susto, parece estar só, mas não. Parece ser fácil, ilusão... Carrega num cesto de sonhos a beleza de um vitral, a força de um trovão e o aconchego de um quintal da casa do Vô. Faz parecer belo o habitual. Faz parecer fácil o salto no breu. Faz d’arraia miúda poesia... Guinga é da vida, é da villa, é de casa... e ponto final. Pode entrar.


"Tive vontade de trocar o meu universo pelo dele". Paco de Lucia

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Guinga se apresenta hoje, às 18:30, no Parque Dona Lindu, em Recife, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Recife, sob regência do maestro Osman Gioia

Homenagem ao mestre

Prepara os ouvidos que a festa já vai começar. E pra abrir esta celebração da boa música, nada melhor que uma homenagem em grande estilo. Ela chega contando suas histórias e as dele também. São contos e cantos de loucos e heróis, palhaços e lunáticos, pássaros e passistas. Como num sonho, onde frevo, maracatu, samba e baião podem compor o mesmo show, ela faz sua reverência. Saudações! E aí começa um outro olhar sobre quem já foi o tal... e continua sendo. Sem decidir se fica ou se vai, segue seu caminho pendular, entre seu ídolo maior e um auto-retrato musical. Apesar do desafio, ela não se deixa intimidar. Dedos e garganta muito afiados, Délia se lança na ousada tentativa de exaltar aquele que desde o início a fez pensar e sentir a música como um desafio pessoal. Homenagem feita, pode começar a festa. Fim do primeiro ato.

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Délia Fischer se apresenta hoje, às 18:00, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Olinda, com um repertório em homenagem a Egberto Gismonti.


Vencedor do sorteio [1]



Quem ganhou os dois pares de senhas, já que mandou foto e autógrafo e também foi o único que se dispôs a concorrer neste sorteio, foi o músico Fred Lyra (à direita, de óculos). Nas imagens vocês conferem o encontro pós-concerto dele com Egberto Gismonti e Quinteto de Cordas na MIMO 2006.

Fred vai acompanhar as apresentações de Ballaké Sissoko e Vincent Segal, hoje, e de Arthur Verocai amanhã.

Consulado Geral da França no Recife apoia a MIMO e anuncia novidades para 2012


Quem acompanha o cenário cultural de Olinda e Recife observa que o Consulado Geral da França no Recife destaca-se sobremaneira por seu apoio a eventos de circo, dança e música (clássica, jazz, indie rock ou popular). Em rápida conversa com o Blog da MIMO, Pierre Fernandez, adido de cooperação e ação cultural do consulado, elogiou em especial o nível de produção cultural das duas cidades, que tem justificado o incentivo: "Considero que Recife e Olinda estão numa dinâmica muito boa nas questões culturais em geral e na música em particular. É provavelmente a parte do Brasil que sabe melhor articular tradição e modernidade".

Pierre explicou que o Consulado Geral da França no Recife apoia a MIMO 2011 através da viabilização de pagamento (total ou parcial) de cachês de artistas franceses presentes no evento e do serviço de tradução dos workshops, mas que pretende aumentar esse apoio a partir do ano que vem, providenciando, além da vinda de artistas, uma parceria pedagógica com o Festival Jazz In Marciac, incluindo o intercâmbio entre os produtores desse festival e da MIMO.

André Oliveira, um dos diretores artísticos da MIMO, já se fez presente em Marciac este ano - dando início ao intercâmbio - e vai relatar ao Blog da MIMO todas as novidades. Fiquem de olho.

Baixista do Parahyba Art Ensemble lança CD [2]

Confira a capa e as obras do CD Mateus Alves - Música de câmara e orquestral, que será lançado este mês:



1. Quinteto de Madeiras n° 1 (Granola)
2. Quarteto de Metais
3. Quarteto de Cordas n° 1
4. As Duas Estações Nordestinas, para orquestra sinfônica