quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Epílogo

Em 1970, Miles Davis lançou um disco que mudou a história do jazz: o Bitches Brew. Com esse registro, Miles conseguiu agregar e estabilizar a linguagem jazzística ao rock, criando dessa miscelânea algo revolucionário. Nascia o jazz fusion. A partir de então, a eletronização do instrumental se tornou a grande novidade e os músicos passaram a experimentar timbres e sonoridades antes impossíveis. Nesse contexto, a guitarra também percorreu novos caminhos com o uso de pedais e amplificadores. Algo claramente trazido do rock.

Inteiramente vinculado a essa escola, Mike Stern (que tocou com Miles, vale ressaltar) subiu no palco montado na Praça do Carmo para encerrar a 7ª edição da MIMO 2010. Acompanhado pelo impressionante baixista Tom Kennedy e pelo preciso baterista Obed Calvaire, Stern mostrou toda sua capacidade improvisativa num concerto que privilegiou a exuberância técnica dos músicos.

A comunicação telepática demonstrada pelos instrumentistas, dava ao trio uma coesão fascinante e Mike a aproveitou para expor todo seu lado guitar hero. Com temas repletos de convenções, dinâmicas e frases sinuosas tão características do fusion, os músicos fizeram o público vibrar. No bis, houve até participação de Léo Gandelman, mostrando que todos são bem-vindos quando o assunto é improvisação.

De fato, um show grandioso que certamente ainda está ecoando na memória de quem esteve presente para vê-lo e ouvi-lo.

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