domingo, 11 de setembro de 2011

Entrevista - Dimitri Cervo

Foto: retirada do Facebook

Um dos compositores mais tocados nas salas de concerto do país nos últimos anos, Dimitri Cervo (vide biografia) marca presença pela primeira em Pernambuco para acompanhar a execução de sua obra Brasil Amazônico na MIMO pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, neste domingo às 18h30, na Igreja da Madre de Deus, no Recife Antigo. Conversamos com Dimitri,  declaradamente influenciado pelo minimalismo e conhecedor da obra de Philip Glass, para saber um pouco mais de suas atividades atuais e da peça a ser apresentada (que você poderá conferir no vídeo abaixo).

1. O que está motivando sua vinda à MIMO? Você já esteve alguma vez em Pernambuco?
Já morei em Salvador, estive em Aracaju ano passado para os trabalhos com a Sinfônica de Sergipe, também conheço Natal e João Pessoa, mas será minha primeira vez aí em Pernambuco! Minha principal motivação é a apresentação de Brasil Amazônico pela Orquestra Sinfônica da UFRN, ainda mais depois das palavras do maestro Andre Muniz [regente titular da OSUFRN] após a apresentação em Natal, dia 01.

"Dimitri: SUCESSO Total a estréia da peça aqui!!!! Público reagiu muito bem e inclusive fizemos um bis com ela!!!! Se no Recife for nessa batida, será fantástico, ainda mais que vc estará la. Parabéns!"

É uma peça que começou bem: estreada pela OSPA e Isaac Karabtchevsky e já com várias apresentações programadas em 2011. Esse ano está excelente, com 31 programações de obras orquestrais [de Dimitri] por 17 orquestras. Na MIMO, pretendo acompanhar a apresentação, assim como a oficina, de Philip Glass, compositor que admiro e com o qual tenho alguma afinidade estética, e também outras apresentações orquestrais, além das aulas de regencia do Isaac.

2. A quais projetos você tem-se dedicado?
No momento finalizei uma missa para coro e orquestra de cordas, que será apresentada em primeira audição no dia 6 de novembro com a Orquestra de Câmara da Ulbra e o Coral da UFRGS. Também finalizei uma obra para violino, viola caipira e cordas, que sera estreada em Cuiabá pelo [violinista] Emmanuele Baldini e a Orquestra de Mato Grosso, além de uma obra para 8 cellos e Flauta que regi no RJ no Rio Cello Encounter. No momento, trabalho em um quarteto de cordas e em um concerto para oboé e orquestra de cordas (Série Brasil 2010 n. 6).

3. Por fim, fale um pouco da sua obra a ser apresentada.
Em Brasil Amazônico temos um quadro orquestral que alude a diversos aspectos da alma e da cultura brasileiras. O tema inicial em terças, lembra as manifestações de música rural, sertaneja e folclórica. Na orquestração temos a inclusão de um pandeiro popular, que alude ao samba. As flautas e o piccolo no registro agudo aludem aos pífanos, pequenas flautas comuns no interior do Nordeste brasileiro. Sem ser programática, a peça expressa o aspecto exuberante, rico e variado da cultura brasileira e é dividida em três seções.

Na primeira seção, os temas principais são apresentados. Na segunda seção, a harpa e as madeiras tomam a cena, metamorfoseando e dando novas luzes às idéias musicais apresentadas, agora em um tom lírico e intimista. Na terceira seção, os temas da primeira seção são retomados e variados, conduzindo a obra para um grandioso final. Brasil Amazônico é a primeira obra da Série Brasil 2000, uma série de obras para diversas forças instrumentais, que já receberam inúmeras audições no Brasil e no exterior.

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Confira Brasil Amazônico, de Dimitri Cervo, que será tocada pela OSUFRN neste domingo.

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