sábado, 8 de setembro de 2012

O eterno lóki faz concerto memorável

Ao entrar no palco do teatro Santa Isabel ontem, Arnaldo não precisou fazer muito esforço para agradar o público. As centenas de pessoas que conseguiram uma vaga no local sabiam muito bem quem estavam indo ver e demonstravam-se ávidos por qualquer canção dos Mutantes ou da própria carreira solo do compositor.

Sempre muito aplaudido entre uma música e outra, o ex-mutante fez um show intimista acompanhado de seu piado de cauda, variando bastante o repertório do que estava previsto, executando hits como “Heat the Road Jack”; as de sua autoria ”será que eu vou virar bolor”,“uma pessoa só” e algumas dos Mutantes  como “posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o meu rock n’ roll” e “desculpe baby”. Todas executadas e cantadas com Arnaldo sempre improvisando e dando nova roupagem.

As mais de 500 pessoas presentes no teatro demonstraram durante toda apresentação muita excitação em estar ali, de poder ver o Arnaldo Baptista. Diversas vezes ouviam-se gritos de “Corta jaca” ou então “toca Arnaldo Baptista”. Atitude que não agradou em nada o restante do público presente que preferia continuar imerso na áurea daquele concerto memorável e com pinceladas de melancolia que rodeava o teatro. Mas o músico sempre muito carismático saciou o desejo de alguns ao finalmente executar “Corta jaca” e quase fazer o teatro vir abaixo.

Não há muito o que se falar de um show como esse. É um daqueles espetáculos que você vai sem muita exigência ou receio de não gostar, pois trata-se de um artista muito bem fincado no status de um dos maiores gênios da música brasileira, com um legado invejável, que já cumpriu e muito bem o seu papel dentro do cenário nacional e universal, influenciando artistas como Sean Lennon e Kurt Cobain. A maioria dos que estavam lá certamente queriam ver um ídolo, um cara que arrancou do maestro Rogério Duprat a seguinte afirmação: “Arnaldo Baptista foi o músico mais importante que o rock brasileiro já teve”.

Show épico, pra ficar pra posteridade.  

Foto: Beto Figueiroa

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