segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Se for pra tocar Beethoven, que seja bem tocado"

Foto: Divulgação/Mimo

Muita gente se perguntava como um senhor de andar tão adagio como o pianista Luiz de Moura Castro tinha um espírito tão vivace ao tocar - eu também.

Então, lembrei-me de uma conversa com Prof. Eli-Eri Moura - em sua casa, em João Pessoa - quando comentei que o concerto da Petrobras Sinfônica na Mimo 2007, só com Chopin e Wagner, foi o melhor daquele ano no Grande Recife, "apesar do repertório conversador", disse eu.

E Eli-Eri (por sinal, genro do Maestro Duda) complementou: "Pois é, se for pra tocar Beethoven etc., que seja bem tocado". Essa observação voltou à minha cabeça ao ouvir Luiz de Moura Castro atuar com a Sinfônica de Barra Mansa e o Quarteto de Cordas de São Petersburgo, respectivamente sexta e sábado.

As duas execuções foram das mais belas de Mozart e Beethoven que se pôde ouvir em Pernambuco nos últimos tempos: fluida, de memória, sem erros, longe de toda banalidade e livre de qualquer equívoco interpretativo.

Pena que se todos esses predicativos fossem pressupostos para toda execução de compositores canônicos, perderíamos a noção do que é excelente e do que é mediano.

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