sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Standard até que ponto?

Escolher um repertório constituído somente por compositores standards, isto é, consagrados pela história da música e preferidos pela maioria do público cativo de concertos (uma nicho de preferência que felizmente vem dando espaço aos poucos a obras contemporâneas e, principalmente, nacionais), significa dizer - no mais das vezes - "vou tocar algumas hit parades [que fazem sucesso há uns dois séculos, você pode pensar] e não correr o risco de desagradar o público". Desses standards, que englobam barrocos, clássicos, românticos e figurões da primeira metade do séc. XX como Stravinsky, Prokofiev, Debussy e Ravel, os românticos reinam supremos tanto em número de compositores quanto de obras executadas (comprove o senso comum através de um simples exercício: contando nos seus dedos de quantos românticos você se lembra e comparando com os criadores dos outros períodos citados). Não é surpresa, portanto, encontrarmos um programa como este do concerto do pianista israelense Daniel Gortler, recentemente convidado a ser professor na New York University; nele estão Schumann (Estudos Sinfônicos op. 13), Mendelssohn (uma seleção das Canções sem palavras) e Beethoven, do qual ouviremos uma de suas diversas peças que sofreram com o rebatismo imposto pela crítica ou pelo vulgo, talvez porque um título como Sonata n° 17 op. 31 n. 2 em ré menor seja mais chato de memorizar e nada revele da sua própria atmosfera como A Tempestade. A pergunta que fica, ao final das contas, é "Qual será o diferencial de Gortler nas interpretações desta noite, dedicada a consagrados gênios germânicos?" Julgue por si mesmo, se você bem conhece as obras - ou deixe-se seduzir, em caso contrário.

Logo mais na Capela Dourada, na R. do Imperador, às 18h30 - Santo Antônio, Recife

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